23 de mai. de 2011

Conveniência no PDV influencia mais a compra do que preço

É o que disseram 50% dos brasileiros ouvidos em pesquisa pela Nielsen. Já o preço é o principal fator na decisão de consumo para 45% dos entrevistados. No México, onde o levantamento também foi realizado, a conveniência é o fator de maior influência na decisão de compra para 72% dos consumidores.
Comparada à mexicana, a realidade brasileira tem duas explicações, segundo Eduardo Ragasol, presidente da Nielsen Brasil: a primeira é a relativamente baixa concentração do varejo local. Ou seja, as dez maiores redes somam 64% das vendas totais do segmento de alimentos no País, segundo a Abras (Associação Brasileira de Supermercados). No exterior, a relação chega a 80%. "Essa característica faz com que o consumidor encontre diferenças de preço relevantes. O brasileiro sabe que ainda vale a pena pesquisar", explica Ragasol.
Como o mercado mexicano é bem mais concentrado, essa preocupação em comparar preços acaba se diluindo, pois as variações tendem a ser pequenas. Por isso, o consumidor prefere economizar o próprio tempo. Ragasol lembra também que o México conseguiu domar a inflação antes do Brasil, que vive um cenário mais estável desde a introdução do Plano Real.
Para ele, o domínio do hipermercado no País, que só agora começa a dar sinais de cansaço, é herança dos tempos de preços descontrolados. "O consumidor procurava a solução para suas necessidades no dia do pagamento. E tinha de encontrar tudo num lugar só." Com a economia mais estável, o cliente reduziu a periodicidade das compras de alimentos.
Mas Ragasol destaca que essa mudança ainda está em curso: embora 50% dos brasileiros tenham o costume de ir ao supermercado mais de uma vez por semana, 30% ainda vão às compras só uma vez por mês. A emergência de novos formatos de varejo, diz Ragasol, reflete necessidades distintas de compras: a de abastecimento e a de reposição. A primeira, que presume volumes maiores, tem o atacarejo como principal vetor; a segunda é realizada nos supermercados de menor porte, que ganham a preferência pela proximidade.
Por: Redação SM
Fonte: O Estado de S. Paulo
Publicado:  23-mai-11

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