17 de abr. de 2010

Mais de 90% dos consumidores pesquisam na internet antes de comprar

O mundo digital é um espaço cada vez mais estratégico para ampliar a visibilidade de empresas e marcas. Muitas, no entanto, ainda desconhecem a melhor forma de atuar junto aos consumidores da web. Enquanto algumas acertam em cheio os corações e mentes desse público, outras ainda vêem esse universo como um terreno desconhecido, no qual uma comunicação mal direcionada ou equivocada pode provocar um inesperado tiro no pé.

Compreender as necessidades dos internautas e entender os mecanismos de geração de conteúdos tornam-se, portanto, questões vitais para a promoção de iniciativas empresariais bem sucedidas na rede digital. Com esse propósito e também com a finalidade de gerar reflexões que ajudem a subsidiar a atuação das marcas nessa mídia, a TNS Research International realizou, em janeiro deste ano, o estudo “Decodificando as Necessidades Digitais”.

Foram entrevistados 1.000 usuários de internet de ambos os sexos, com 16 a 35 anos, e residentes nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Recife e Salvador. O levantamento constatou que a maioria dos entrevistados (99%) utiliza prioritariamente a rede para enviar e receber emails; checar suas contas nas redes sociais (93%); participar de chats online/mensagens instantâneas (92%); fazer uploads de fotos ou vídeos ou escrever mensagens para suas redes sociais (90%) ou para o Twitter (44%).

Redes sociais

Diferentes tipos de atividades digitais e suas funcionalidades foram objeto de análise no estudo (entretenimento, compras online, blogs e pesquisa). As redes sociais são utilizadas pelos entrevistados principalmente para acesso e compartilhamento de informações (43%), mas também são percebidas como um espaço pessoal (32%) ou que permitem pertencer e ser aceito em grupos de amigos (24%), além de possibilitar expressar desejos e mostrar um lado que as pessoas desconhecem (22%) ou, ainda, descontrair, fugir da pressão diária e ter liberdade de expressão (21%).

De acordo com Ana Sequeira, gerente da área de Consumo da TNS Research International e responsável pelo estudo, as comunidades virtuais oferecem às empresas uma oportunidade de interagir e gerar identificação com o consumidor.

“Mas isso deve ser feito de forma sutil e não invasiva”, avisa. Um exemplo recente desse direcionamento foi a iniciativa da rede americana de café Starbucks (http://www.youtube.com/watch?v=SdSNKYzo2ag) que, por ocasião do recente terremoto no Haiti, reuniu em sua página no Facebook diversas celebridades que se propuseram a colaborar com a causa. “Foi uma forma eficaz de fazer marketing institucional sem lançar mão da propaganda direta”, analisa.

Blogs, sites e fóruns

O estudo da TNS constatou também que 56% dos entrevistados escrevem em blogs; 42% lêem blogs de pessoas desconhecidas; 63% comentam experiências sobre produtos e serviços e 52% acessam essas mídias para obter informações sobre o que pretendem comprar. Escrever em blogs é uma atividade diretamente relacionada às necessidades de busca de prestígio, auto-desenvolvimento e liberdade de expressão. “Reconhecer e potencializar os conteúdos desse canal, tornando o blogueiro conhecido dentro e fora da rede é uma boa oportunidade para as marcas”, ensina a pesquisadora.

Para a maioria dos entrevistados (59%), a prática de consultar blogs, sites e fóruns está diretamente associada à necessidade de segurança e de controle (no sentido de gerir a vida) e também a questões de tempo e de dinheiro (38%). Outras vantagens apontadas pelos internautas são o acesso imediato a notícias relevantes, a captação de informações sobre o mercado e a possibilidade de acesso a diferentes pontos de vista sobre assuntos específicos (29%). “Monitorar os acessos às marcas e facilitar os mecanismos de busca é outra iniciativa que pode ser adotada pelas organizações”, reforça a executiva.

De olho nas marcas

As marcas são constantemente monitoradas pelos consumidores do universo digital. De acordo com os resultados do levantamento, 92% dos usuários de internet pesquisam sobre produtos ou serviços em sites de e-commerce ou comparam preços em websites (Mercado Livre, Busca-Pé, entre outros) e 76% procuram essas informações em fóruns ou blogs. O boca-a-boca virtual também começa a ganhar credibilidade, uma vez que 50% deles já mudaram de opinião sobre a eventual compra de um produto, baseando-se em uma avaliação negativa e 28% decidiram uma compra em função de avaliação de fóruns.

Entretenimento
As atividades de lazer na rede têm, para os usuários, propostas bem definidas. Elas são acessadas basicamente porque ajudam a descontrair ou fugir das mazelas do cotidiano (49%); trazem gratificação instantânea e prazer (31%) e ainda permitem explorar e misturar o mundo real com o da fantasia (24%). “Esses dados abrem caminho para a quebra de tabus e de paradigmas e para a utilização de aspectos sensoriais que surgem no ambiente online”, acrescenta Ana. Outro dado apontado no estudo é a elevada incidência (95%) de internautas que assistem vídeos (streaming) no Youtube ou no Google Vídeo e que baixam vídeos, filmes, shows de TV do iTunes ou BitTorrent (76%) ou, ainda, jogam games conectados na internet (66%).

Marketing viral

Conteúdos gerados por empresas ou internautas que exploram a técnica “viral” para se multiplicar podem possibilitar, aos consumidores digitais, uma experiência que tanto é capaz de provocar reações de identificação como de rejeição à propaganda. Um viral recente do chiclete Trident, (http://www.youtube.com/watch?v=Opk4kskjgYo), por exemplo, em que um consumidor faz uma experiência de transformação do produto em gelo, agrada por retratar uma situação real, cotidiana, além da novidade e ineditismo.

Já outros conteúdos transgressores podem provocar repulsa, como a “falha técnica”, que foi ao ar em um canal da TV aberta, em que um apresentador de prestígio faz um comentário de mau gosto sobre os varredores de rua. “O YouTube é um excelente campo para o estudo do efeito viral de uma comunicação e dos aspectos que colaboram para isso, ou seja, é a metrificação da intensidade da identificação e da rejeição”, observa a gerente da TNS.

Outro aspecto que merece atenção das empresas é entender como as pessoas se tornam agentes da disseminação viral e, a partir daí, implementar ações mercadológicas que possibilitem ao consumidor participar do processo criativo na condição de dissimulador. “O essencial é aprender a dividir com os internautas, percebê-los como co-criadores ou geradores de conteúdos, levando sempre em conta que a web ainda é um ambiente novo, tanto para o internauta quanto para as marcas”, conclui.


Por: Redação Consumidor Moderno
Fonte: Consumidor Moderno
Publicado: 16-abr-10

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